sábado, 30 de maio de 2020

CBA 005 - Evangelho de João

Evangelho de João

Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. João 1.10-13

Neste evangelho podemos acompanhamos os esforços do apóstolo João em levar a palavra do Senhor para as pessoas num período conturbado, onde os cristãos eram perseguidos e de dúvidas em relação à verdade sobre Jesus Cristo. A autoria do livro é atribuída a João, que se refere a si mesmo como “o discípulo a quem Jesus amava”.
Ao longo dos 21 capítulos podemos conhecer um pouco da história do apóstolo. João era filho de Zebedeu, um homem próspero, e trabalhava como pescador ao lado do irmão, Tiago, antes de se tornar um apóstolo de Jesus.

Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. João 21.2

E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos - Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou. Mateus 4.21

João teve como principal missão apresentar Jesus Cristo como sendo o verbo de Deus assumiu a forma de homem, em outras palavras o Próprio Deus se relacionando como os homens. Observamos que João apresenta Jesus sem genealogia, pois não tem início e nem fim. Tudo isso para que as pessoas viessem a crer nEle como o Salvador, tendo, assim, a vida eterna e o Seu amor.

João revela a divindade de Cristo através de alguns eventos ocorridos: apresenta Cristo desde o princípio (“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João 1.1); Ao se tornar carne, demonstrando Sua pré-existência; Sua vinda para nos salvar dos nossos pecados e Seu ministério; Sua vida entregue na cruz, Seus feitos por amor a nós e a Sua ressurreição, confirmando que Ele é o nascido de Deus e o verdadeiro Messias.

O apóstolo apresenta também sete dos diversos milagres realizados por Jesus, como:

Água em vinho: João 2.9 - Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo

Cura do filho do Centurião: João 4.50 - Respondeu-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe dissera, e partiu.

Paralítico de Betesda: João 5.11 - Ele, porém, lhes respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda.

Multiplicou o pão e o peixe: João 6.11 - Jesus, então, tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam reclinados; e de igual modo os peixes, quanto eles queriam.

Andou sobre as águas: João 6.19 - Tendo, pois, remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e ficaram atemorizados.

Curou cego de nascença: João 9.11 - Respondeu ele: O homem que se chama Jesus fez lodo, untou-me os olhos, e disse-me: Vai a Siloé e lava-te. Fui, pois, lavei-me, e fiquei vendo.

Ressuscitou a Lázaro: João 11.44 - Saiu o que estivera morto, ligados os pés e as mãos com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.

Portanto, neste livro podemos acompanhar os esforços do apóstolo João para mostrar a todos que esse homem chamado Jesus é Cristo, o Messias prometido e que devemos crer nEle como nosso Salvador.

Veja o que o próprio autor disse sobre seu evangelho:
Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. João 20.30,31

Versículos-chave:

Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. João 1.18

Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. João 8.58

Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. João 13.13

Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? João 14.9

E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. João 20.28,29

Seria mesmo João o autor?
Existem muitos que acreditam que esse livro foi escrito por um discípulo, que usou o nome de João, para dar autoridade e credibilidade ao livro. Porém o escrito se identifica como "o discípulo que Jesus amava" (João 21.20-24 ) e por razões tanto históricas quanto internas, acredita-se que esse seja o apóstolo João, uma vez que durante todo o evangelho ele não fala de si mesmo, porém sempre se apresenta como a terceira pessoa. Observe que ele nem cita seu próprio nome “Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.” João 21.2

Escrito entre antes do ano 70 dC?
A descoberta de certos fragmentos de papiros em cerca de 135 dC requer que o livro tenha sido escrito, copiado e distribuído antes disso. Enquanto alguns acreditem que tenha sido escrito antes da destruição de Jerusalém (70 AD), 85-90 AD é uma data mais aceita para a sua escrita.

O Evangelho de João seleciona apenas sete milagres como sinais para demonstrar a divindade de Cristo e para ilustrar Seu ministério. Alguns destes sinais e narrações são encontrados apenas em João. O seu livro é o mais teológico dos quatro Evangelhos e muitas vezes ele registra a razão por trás dos eventos mencionados nos outros Evangelhos. Ele compartilha muito sobre o ministério vindouro do Espírito Santo após a ascensão de Jesus. Há certas palavras ou frases que João frequentemente usa e que mostram os temas repetitivos do seu Evangelho: acreditar, testemunha, Consolador, vida - morte, luz - escuridão, eu sou... (como em Jesus é o "Eu Sou") e o amor. Sem falar que a palavra Pai aparece mais de cem vezes, sendo a palavra maus usada no evangelho

O retrato que João expõe de Jesus como o Deus do Antigo Testamento é visto mais enfaticamente nas sete "Eu Sou" declarações de Jesus. Eu sou pão da vida (João 6.35), Eu sou a Luz do mundo (João 8.12), duas das "Eu Sou" declarações se referem a Jesus como o "Bom Pastor" e "Porta das Ovelhas". (João 10.7;11), Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11.25), Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14.6), Eu sou a videira verdadeira" (João 15.1, 5) e Senhor e Mestre (João 13.13)

Como o evangelho de João mantêm seu foco na divindade de Cristo, e não na humanidade de Cristo como os demais evangelhos, ela acaba ganhando o titulo de evangelho global onde seus ensinos servem para todas as nações. O evangelho de João continua a cumprir o seu objetivo de conter informações muito úteis para a evangelização e é frequentemente utilizado em estudos bíblicos evangelísticos. Nos registrados encontros entre Jesus e Nicodemos e a mulher no poço (capítulos 3-4), podemos aprender muito do modelo de Jesus para o evangelismo pessoal. Suas palavras de consolo aos Seus discípulos antes de Sua morte (14.1-6,16, 16.33) ainda são de grande conforto nas vezes em que a morte clama nossos entes queridos em Cristo, e o mesmo pode ser dito de Sua "oração sacerdotal" pelos crentes no capítulo 17. Esse livro é muito útil na luta contra os falsos ensinos de algumas seitas que enxergam Jesus como sendo um deus inferior ao pai ou membro de uma trindade.
O estudo sobre o evangelho de João é fortemente indicado a todos que estão iniciando nos caminhos do Senhor.

Hoje você encerrou o estudo sobre os quatro evangelhos, e na próxima aula faremos um resumo sobre o que aprendemos até aqui. Obrigado por sua dedicação e empenho em nossas aulas.

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